Sermões

JEOVÁ JIREH, O SENHOR DA PROVIDÊNCIA

16/02/2023 – Jonathan Goudinho

Introdução

Deus é muito criativo. Um nome (greg. onoma) é a palavra que nós usamos para identificar uma coisa ou pessoa. Em sentido estrito, o nome simboliza – representa e apresenta – o que a pessoa é: seus traços, sua identidade e seu caráter.

Por isso, compreender o que está por trás do nome de Deus é tão maravilhoso. À medida que nos lançamos nesse exercício bíblico conhecemos mais o nosso Senhor.

Os nomes de Deus expressam realidades sobre seu caráter; são expressões, faces da identidade do nosso Senhor. É a maneira como Deus escolheu se revelar progressivamente ao Seu povo, tanto judeus quanto gentios.

Leitura e contexto

Gênesis 22:7-14

Esse é o texto que nos apresenta, pela primeira vez, Jeová Jireh. Ou, para ser mais fiel ao texto original (hebraico): Adonai Ir’ê’ – “O Eterno verá”.

Breve recapitulação da promessa e da aliança de Deus com Abraão, por meio da vida de Isaque.

Com esse cenário em mente, faça o exercício de imaginar minimamente o drama da história que lemos, a começar pelo primeiro versículo do capítulo 22: “Deus pôs Abraão à prova”.

Gênesis 22:1-5

A história começa com Deus conduzindo Abraão a uma situação de alta pressão (como fez com Jó e com Jesus também, por exemplo) e termina com Deus revelando mais uma expressão do seu caráter.

O que essa história nos ensina sobre nosso Senhor, aquele que provê?

Desenvolvimento

1) DEUS É A FONTE DA PROVISÃO (QUEM + O QUE)

Para ser ainda mais claro, Deus é a fonte de TODA provisão.

Perceba que, quando Isaque faz a pergunta fatal a seu pai Abraão (v.7), a resposta é certeira: “Deus está vendo isso”.

Esse é o ponto-chave para experimentar uma vida de provisão: é Deus quem faz, é Deus quem se revela, é Deus que manifesta o seu favor.

Isso é especialmente importante em um tempo em que nós estamos confiantes demais em relação aos nossos próprios recursos.

Observe bem: a oração a Deus, por exemplo, é nosso primeiro recurso ou nossa última saída? Essa é uma boa pergunta para revelar a quem estamos adorando no altar do nosso coração.

Não é à toa que a Bíblia ensina que Jesus é “o autor e o consumador da nossa fé” (Hebreus 12:2). Ele é a fonte que faz jorrar toda sorte de provisão.

A isso se soma algo muito importante: Deus é a fonte da nossa provisão porque Ele conhece as nossas necessidades. No nosso Senhor há sabedoria para conhecer nossas necessidades; riqueza para satisfazer as nossas necessidades, e graça para dar o que precisamos.

E isso só acontece quando conhecemos a Deus. Essa foi uma premissa fundamental para Abraão: ele sabia quem Deus era. À medida que caminhamos com Deus e aprofundamos nossos laços de amizade com Ele, descansaremos mais em sua pró-visão.

2) DEUS PROVÊ NO TEMPO CERTO (ONDE + QUANDO)

Abraão poderia ter chegado ao cume do monte e ter encontrado uma ovelha para o holcausto. Isso aconteceu? Não. Por quê? Porque não era o tempo certo.

Estou convencido que, em muitas ocasiões, Deus nos leva ao nosso limite. Para usar o termo bíblico, “Deus nos prova” (não tenta!), até o limite das nossas possibilidades.

A propósito, essa foi uma característica importante do ministério de Jesus quando encarnado, período em que expressou com toda a perfeição o caráter do Pai.

Exemplos:

a) mulher do fluxo de sangue;

b) viúva de Naim;

c) mulher encurvada.

A provisão para Abraão só chegou no último momento.

Como escreveu Charles Spurgeon: “Isaque estava a um segundo da morte quando a voz angelical disse: ‘Não ponha a tua mão sobre o moço’. Deus proveu instantaneamente quando a necessidade apertou com urgência”.

Necessidades, não desejos. Veja que profundo: o “desejo” de Abraão era que Deus ressuscitasse Isaque após oferecê-lo como sacrifício, porque em nenhum momento ele titubeou em cumprir a vontade de Deus. Provavelmente era nisso que ele pensava o tempo todo.

Mas a necessidade real era que houvesse um substituto para o sacrifício. Um apenas. Por isso, Deus não enviou um rebanho, mas apenas um carneiro. O suficiente.

É por isso que é tão importante aprender com as palavras de Jesus: “o pão nosso de cada dia nos dai hoje” (Mt. 6:11). Para hoje, o suficiente. Que, aliás, é um bom indicador do quanto confiamos no Senhor da Provisão.

Exemplo: o maná para o povo hebreu (Êxodo 16:15-18): Quando os israelitas viram aquilo, perguntaram uns aos outros: “O que é isso?”, pois não faziam ideia do que era. Moisés lhes disse: “Este é o alimento que o Senhor lhes deu para comer. E estas são as instruções do Senhor: ‘Cada família deve recolher a quantidade necessária, dois litros para cada pessoa de sua tenda’”. Os israelitas seguiram as instruções. Alguns recolheram mais, outros menos.

Contudo, quando mediram, cada um tinha o suficiente. Não sobrou alimento para os que recolheram mais nem faltou para os que recolheram menos. Cada família recolheu exatamente a quantidade necessária.

3) DEUS PROVÊ EM UM CAMINHO (COMO)

V. 8: “E continuaram a caminhar juntos.”

Uma pérola relevante desse texto, e que não pode ser esquecida, é que Deus envia provisão enquanto estamos no caminho, à caminho.

Mas que caminho é esse? O caminho da obediência. Era isso o que Abraão estava fazendo desde o momento em que começou a caminhada rumo a Moriá.

Aliás, desde o começo do seu chamado, Abraão estava antenado em obedecer aquilo que Deus falava. Isso já aparece como marco importante quando Deus chama Abraão, em Gênesis capítulo 12, dizendo a ele que nós provavelmente nem cogitaríamos aceitar: largue tudo o que você tem, toda sua segurança, todo seu conforto, e vá por um caminho que você não conhece para um lugar que você não sabe qual.

A obediência, mesmo com todos os tropeços, é a marca mais precisa da caminhada de Abraão com Deus, a caminhada do amigo de Deus.

Como nos lembra o texto de Tiago 2:21-23: Não lembram que nosso antepassado Abraão foi declarado justo por suas ações quando ofereceu seu filho Isaque sobre o altar? Como veem, sua fé e suas ações atuaram juntas e, assim, as ações tornaram a fé completa. E aconteceu exatamente como as Escrituras dizem: “Abraão creu em Deus, e assim foi considerado justo”. Ele até foi chamado amigo de Deus!

Quando Tiago escreve isso, ele está retomando as palavras do Senhor por meio do profeta Isaías (48:8-10), no contexto em que Deus afirma seu auxílio, seu socorro – ou, em outras palavras, sua provisão, ao povo de Israel: “Quanto a você, meu servo Israel, Jacó, meu escolhido, descendente de meu amigo Abraão, eu o chamei de volta dos confins da terra e disse: ‘Você é meu servo’. Pois eu o escolhi e não o lançarei fora. Não tenha medo, pois estou com você; não desanime, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; com minha vitoriosa mão direita o sustentarei.”

A promessa do Jeová Jireh, o Senhor da Providência, é destinada a seus amigos. E quem são seus amigos? (João 15:15). Os amigos de Deus são aqueles que estão comprometidos com Ele na caminhada do discipulado (tornar-se mais parecido com Jesus), por meio da salvação e do senhorio de Cristo Jesus.

A obediência é tão importante, que quando Deus providencia o substituto para o sacrifício de Isaque, a justificativa para a Sua benevolência é, justamente, a obediência de Abraão (v. 12).

Como bem resumiu o profeta Samuel em sua repreensão ao pecado de Saul (1 Samuel 15:22): Samuel respondeu: “O que agrada mais ao Senhor: holocaustos e sacrifícios ou obediência à voz dele? Ouça! A obediência é melhor que o sacrifício, e a submissão é melhor que ofertas de gordura de carneiros.

Por isso, que não haja ilusão entre nós: não há outro caminho para a provisão de Deus que não seja o caminho da obediência.

Conclusão

Sabe o que é mais extraordinário nesse texto, para além da experiência incrível e real vivida por Abraão e Isaque e compartilhada com toda a posteridade do povo de Deus – inclusive nós?

É que essa história é um símbolo que representa um evento muito maior. Todo símbolo é menor que a realidade que representa. Exemplo: aliança e casamento.

A profecia de Abraão se tornou realidade. “Deus providenciará o cordeiro para o holocausto, meu filho”, respondeu Abraão” (v. 8) e Abraão chamou aquele lugar de Javé-Jiré. Até hoje, as pessoas usam esse nome como provérbio: “No monte do Senhor se providenciará”. (v. 14).

Ela se tornou temporariamente realidade quando Abraão levantou os olhos e viu um carneiro preso pelo chifre em um arbusto. Mas se tornou completamente realidade quando Jesus se entregou na cruz pelos nossos pecados.

Essa é a maior provisão: a salvação das nossas almas; a salvação de todo homem, para o homem todo. A salvação de todo aquele que crê em Jesus, o sacrifício perfeito. A salvação de todo aquele que permite que Cristo seja seu Salvador e Senhor.

Se cremos nisso, podemos responder à pergunta retórica que o apóstolo Paulo fez aos Romanos (8:32): Se ele não poupou nem mesmo seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, acaso não nos dará todas as outras coisas?

Sim, dará. “No monte do Senhor, se providenciará.” Jeová Jireh, o Senhor da Providência.

Qual será a temperatura do seu relacionamento com Deus?

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