07/05/2023
Ceia do Senhor 9h e 11h
Preletor: Pr. Paulo Cesar
Introdução
No Mês de maio, iremos ministrar sobre “Vida Transformada”.
Ao longo da nossa caminhada, temos observado a evolução espiritual de muitas pessoas e de outras nem tanto. Nosso objetivo não é trazer nenhum julgamento, mas fazer com que possamos ter ou manter nossa vida transformada pelo Evangelho de Jesus.
A vinda de Jesus não foi para nos deixar apenas maravilhados com suas histórias. Jesus quer que ouçamos o seu ensino, aprendamos e pratiquemos, que tenhamos nossas vidas transformadas e que a nossas vidas possam ser canais para transformar a vida de outras pessoas. Por isso, precisamos estar atentos a Sua vida, Sa ministração, ao Seu ensino para que a nossa vida seja transformada.
O texto que trago hoje se encontra em , Mt.27:27-32; Mc.15:16-21; Lc.23:26. Fala do momento em que Jesus está sendo conduzido ao calvário para ser crucificado.
Enquanto o levavam, agarraram Simão de Cirene, que estava chegando do campo, e lhe colocaram a cruz às costas, fazendo-o carregá-la atrás de Jesus. Lc.23:26
Jesus não foi a primeira pessoa a ser crucificado naquela época. Muitas pessoas já haviam sido mortas por causa de seus crimes cometidos. Era uma forma de punir os criminosos. Porém, a crucificação de Jesus não foi por causas de crimes ou pecados cometidos. Ele carregou a cruz e foi crucificado por um único propósito. E vamos entender isso na vida de Simão Cirineu.
Desenvolvimento
Simão Cirineu, o homem que ajudou a carregar a cruz, era natural da cidade de Cirene, localizada na costa norte da África. Em Cirene, de onde veio Simão, viviam muitos judeus, então podemos dizer que Simão era um judeu africano.
Então Simão era um africano que em hebraico é chamado de Shuaz, que significa negro. Eles tinham até uma sinagoga própria como este escrito em Atos 6:9:
“[..]Da sinagoga chamada dos libertos, e dos cireneus e dos alexandrinos[..]”
Libertos – judeus que eram escravos em Roma e que conseguiram sua liberdade. Eram tão numerosos que tinham em Jerusalém que puderam formar uma sinagoga.
I – Simão Cirineu, um coração marcado pela religião.
Existem 2 tipos de pecadores: Os pecadores cegos pelas suas opiniões e cegos pela religião. Simão estava sendo guiado pela sua religião.
O judaísmo estava fracassado. Seus sacerdotes corrompidos e indiferente com os problemas e necessidades do povo. Como Jesus disse: Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mt. 15:8
O templo havia se transformado em comércio, onde vimos Jesus demonstrar sua revolta com o que era feito lá. O judaísmo estava separando as pessoas de Deus cada vez mais, pois somente os puros podiam se achegar.
Isto criava um fardo muito grande para as pessoas carregarem. Mas como um bom judeu, Simão queria realizar um sonho de ir a Jerusalém e oferecer sacrifício para ele e para sua família, a fim de tirar esse fardo.
A distância entre Cirene e a cidade santa de Jerusalém era de cerca de 1.600Km de distância. O que fez Simão viajar numa época que uma viagem desta levaria meses?
Na tradição judaica, o judeu tinha que pelo menos uma vez na vida peregrinar até Jerusalém e participar de uma das três festas sagradas:
Festa dos tabernáculos, Festa da Páscoa e Festa da pentecostes.
Simão estava em Jerusalém para celebrar a Páscoa. Jesus comemorou a Páscoa com os discípulos um dia antes desse fato.
II – Como e quando acontecia a cerimônia da Páscoa.
Ela era comemorada no dia 14 de Abibe (Março-Abril no calendário atual) no templo de Jerusalém. O seguinte ritual era feito:
Homens vestidos de linho branco e com cordeiros puros se dirigiam ao templo. Eram examinados para ver se a veste e o cordeiro estavam sem manchas, só assim entravam no templo.
O sacerdote pegava o cordeiro morto pelas patas, rodava 7 vezes o altar espalhando todo o sangue.
Após isto, pegava uma planta chamada Hiposso, que era esponjosa que retia muito líquido. Ela é citada em Salmos 51:7 – Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e mais branco que a neve serei.
Com esta planta encharcada, o sangue era jogado sobre os homens ao redor para que cada um pelo menos tivesse uma gota do sangue do cordeiro em sua veste branca, representando o perdão pelos pecados.
Isto representava uma honra. Era como ganhar um prêmio. Tanto que eles viajam de tão longe, se sujeitando a viagens longas, cansativas e perigosas para realizar este ato sagrado na sua cultura.
III – Simão Cirineu em Jerusalém
Após esta viagem, Simão chega a Jerusalém e se prepara para o momento tão esperado do sacrifício do cordeiro no templo. Ele se prepara para o ritual. Troca sua roupa suja de viagem por uma veste de linho puro e sem manchas. Deveria estar muito feliz, pois era um momento único em sua vida.
Ele se dirige em direção ao templo, mas logo se depara com uma multidão de pessoas que ocupava todo o caminho.
IV – O encontro com Jesus
Ele descobre que um condenado estava sendo castigado e obrigado a carregar uma cruz pelos seus pecados. Este carregava uma placa escrito:
“Jesus de Nazaré rei dos judeus”” em hebraico, latim e grego para que todos entendessem.
Em um momento Jesus não aguentou mais carregar a pesada cruz. Seu corpo estava debilitado, rasgado, infeccionado e dolorido.
Um soldado romano intima Simão a carregar a cruz com Jesus. Mateus fala que forçaram a carregar a Cruz. Mt.27:32.
Lucas diz que agarraram Simão de Cirene que estava chegando do campo e colocaram a cruz às costas, fazendo-o carregá-lo atrás de Jesus.
Simão deve ter dito: “Ei, eu não tenho nada a ver com isso! Eu não cometi pecado, diferente deste que esta ai, não tenho culpa”.
Simão viajou 1.600 Km, ficou meses no deserto, passou por diversas tempestades, altas temperaturas para viver o momento mais esperando da vida dele, e de repente percebe que o rumo dela mudou drasticamente e estava ameaçado de não acontecer. Simão teve que ajudar Jesus a carregar a cruz. Teve sua bela roupa de linho branco ensanguentada pelo sangue de um condenado.
Simão teria que voltar os 1.600 Km e encarar sua família dizendo que não tinha feito a maior honraria de um Judeu.
Em meio aquele momento de tormento e raiva, aonde teria que carregar uma cruz e perder o seu maior sonho, Simão encontra o verdadeiro cordeiro de Deus, que iria transformar sua vida para sempre.
V – Uma transformação de vida
Ele encara Jesus face a face e sente que aquele não era um condenado, mas sim um inocente, aquele era o rei dos Judeus!
Simão realmente soube que ali estava o real cordeiro de Deus, que suas vestes estavam manchadas de sangue, sangue de cordeiro, sangue de Jesus!
O grande sonho de Simão era concretizado de outra forma.
Jesus vem e muda tudo isto ao se sacrificar pelos pecados de todos! Simão seguia a sua religião, mas ao encontrar Cristo tem uma nova visão!
Diferentemente do judaísmo, aonde era necessário se ter vestes brancas para ser purificado, Jesus vem e lava com seu sangue as vestes sujas e manchadas pelo pecado.
Aplicação: a transfomação começa com o perdão dos nossos pecados.
VI – Uma cena inesquecível
Imagine agora Simão deixando o cordeiro de Deus à beira da crucificação. Simão olha para o céu e vê que pela a posição do sol já havia passado o tempo para realizar o sacrifício, além disto, sua veste estava toda ensanguentada. Deve ter saído pela cidade perguntando para as pessoas:
“Quem era aquele homem? Ele era o rei dos judeus?”
E alguém deve ter respondido dos milagres e maravilhas que ele fez, porque muitos que acreditavam em Jesus acompanharam sua crucificação. Um homem inocente, puro, meigo e rei dos Judeus era crucificado sem merecer. Simão deve ter sentindo os tremores, o tempo se fechar e o grande alvoroço por que o véu do templo estava rasgado.
Aplicação: Sua vida foi impactada pelo sacrifício de Jesus na cruz. Jesus não foi crucificado pelos pregos, mas pelo seu amor
VII – O que Simão Cirineu leva de volta para casa
Quando Simão chegar em casa, seus filhos, sua família, seus amigos, querem ver o troféu, então Simão tira a veste de linho e lhes conta a história de Jesus, e todos convertem ao nome que está acima de todos os nomes.
Romanos 16:13: “Saudai a Rufo, eleito no Senhor, e a sua mãe e minha.”
Simão Cirineu volta pra casa identificado com Jesus.
Aplicação:
Qual é a sua identidade em casa?
Você é identificado em Jesus por onde você anda?
Simão encontrou sua identidade na cruz de Jesus. Identificados pelo seu amor
Identificados pela sua morte Identificados com sua vida
Conclusão
Aos pés da cruz você pode encontrar sua identidade e ter sua vida transformada.
As marcas da Cruz estavam marcadas em seus ombros e do sangue em suas vestes.
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